segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A graça de ser só.

Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da


grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias.

Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os

padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que

recebamos o direito de nos casar e constituir família..

Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o

fato de padre não poder casar.

Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a

sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida

sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em

argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do

"pode ou não pode".

A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais.

Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos

coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de

doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar

a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença

para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar não me priva

do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim a

possibilidade de ser dos que precisam de minha presença. Na palavra

que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha

condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito

ser o certo.

Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi

imposta. Ninguém me obrigou ser padre, e quando escolhi o ser, ninguém

me enganou. Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu

ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que

só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos

direitos. É questão de maturidade.

Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só. Não vivo

lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz sendo

quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas

cotidianas para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma

experiência de lamento. Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida.

Não tenho medo das minhas quedas. Elas me humanizaram e me ajudaram a

compreender o significado da misericórdia. Eu não sou teórico. Vivo na

carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças

continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo

histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro

do meu coração. Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha

sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco

para minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da

sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar

em "propriedade privada". Querem depositar sobre mim o seu universo de

carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas

vidas.

Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso

pensar sobre isso. Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve

os problemas do mundo.

Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais

públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras, nem

olhares. Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere.

Fizeram sexo demais, mas amaram de menos. Faltou castidade, encontro

frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive

de outras formas de carinho.

É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem

que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma

que eu continuo lutando para que os casais descubram que o casamento

também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso

perguntamos sempre - É de livre e espontânea vontade que o fazeis? - É

simples. CASTOS OU CASADOS, NINGUÉM ESTÁ LIVRE DAS OBRIGAÇÕES DO AMOR.

A FIDELIDADE É O ROSTO MAIS SINCERO DE NOSSAS PREDILEÇÕES.

A GRAÇA DESÇA SOBRE CADA UM DE VOCÊS MEUS FILHOS!

EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPIRITO SANTO AMÉM.



Padre Fábio de Melo

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Papo Reto

Galera desculpa ultimamente não estar escrevendo textos proprios, mas o tempo anda muito escasso com o trabalho e faculadade, principalmente trabalho.
Prometo em breve retornar com alguns textos proprios, mas em quanto isso vou trazendo textos interessantes e de grande conteudos para a nossa formação e crescimento.

Um enorme abraço a todos, e que a Paz do Senhor esteja contigo.

É possível ser santo?



“Sou santo!” Quando ouvimos uma declaração dessas nos assustamos ou achamos presunção, orgulho, vaidade. Facilmente retrucamos afirmando: “Santo de pau oco?!”


A santidade nos parece algo tão distante ou quem sabe meio impossível. Por isso nem pensamos em persegui-la para alcançá-la. Embora Jesus nos tenha ordenado: “Sede perfeitos (santos), assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5, 48).

Podemos mesmo pensar que a santidade seja um chamado e uma possibilidade apenas para algumas pessoas especiais como papas, bispos, fundadores de comunidades e congregações religiosas. Mas não é assim. A santidade é uma possibilidade para todos, de modo especial para os batizados.

No batismo, recebemos o Espírito Santo. Não costumamos dizer “fogo quente”, pois, trata-se de uma redundância, já que só será fogo se for quente; nem “gelo frio”, pelo mesmo motivo. Mas, podemos afirmar que o Espírito que recebemos no Batismo é Santo, pois este tem como função santificar. A função do fogo é aquecer. A do gelo, esfriar. A do Espírito, santificar.

No livro do Êxodo vemos uma bela passagem que nos pode ajudar a entender a santidade: “Moisés notou que sarça estava em chamas, mas não se consumia” (Êxodo 3, 2). Deus disse a esse profeta: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa” (Êxodo, 3, 5).

Passemos o Novo Testamento à nossa vida.
a. A chama que queima e não se consome é o Espírito Santo, que recebemos em nosso batismo. Ele é Deus. Está em nós. É uma chama divina que habita em nosso interior e jamais se consome. Quando acendemos um fogo, se não pusermos lenha sempre que necessário, ele apagará. Consumida a lenha, termina o fogo. A chama do fogo do Espírito Santo é esta “sarça” que queima sem parar em nosso interior. Ela é capaz de queimar o tempo todo e não se consumir. Isso ocorre porque se trata de uma chama divina, portanto, não necessita que “se reponha a lenha”.

b. Esta terra é santa. Quem a santifica é a presença da chama ardente, que não se consome. Que permanece acessa. A terra torna-se santa devido à chama que nela está queimando. Aqui nos damos conta de que há verdadeiramente a possibilidade de sermos santos. A santidade é possível não porque sejamos uma terra santa por nós mesmos. Somos e continuamos pecadores, mas em nós arde uma chama, “a chama do amor”, a chama do Espírito Santo. Quem se deixa iluminar, é aquecido por ela. Quem segue este conselho da Palavra de Deus “deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os apetites da carne” (cf. Gálatas 5,16), crescerá em santidade, tornar-se-á “uma terra santa”.
Santidade é uma obra do Espírito Santo em nós. Assim como o fruto é uma “obra” da árvore; a pintura, do pintor; a escultura, do escultor; a santidade é uma ação do Espírito Santo Paráclito. Esta santidade poderá ser percebida pelos frutos daquela “terra” na qual arde a “sarça” do Espírito: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (cf. Gálatas 5, 22).

c. “Tira as sandálias dos pés”. Posso pisar sobre um fio elétrico e levar um grande choque ou não. Depende do isolante que eu tenha em meu calçado. Deus diz a Moisés: “Tira o 'isolante' dos teus pés”. Tira as sandálias! Pisa na terra! Entra em contado direto com ela. Sente o calor da terra. Deus deu-nos o Espírito Santo. Quis colocá-Lo tão em contato conosco que acabou colocando-O dentro de nós. Somos por Ele habitados para estarmos em contato direto o tempo todo e totalmente com Ele. Onde há isolante, a energia não chega. A cinza que se acumula sobre a brasa não permite que ela aqueça o churrasco. É preciso soprá-la. Jesus “soprou sobre eles dizendo-lhes: recebei o Espírito Santo” (cf. João 20, 22). O calor do Espírito nos aquece. Com esta força podemos progredir na santidade.

Se até hoje buscamos a santidade pelas nossas boas obras, renúncias, sacrifícios, podemos continuar. Mas, vamos acrescentar nessa busca a súplica constante para que o Pai dos Céus, que nos adotou como filhos, continuamente, sopre sobre “as brasas do Espírito” que recebemos no batismo. Que a chama da sarça do Espírito cresça sempre mais nesta terra, templos do Espírito, que somos, como nos diz a Palavra: “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (I Coríntios 6,19). Desta forma nos tornaremos cada dia mais santos, porque possuídos, fortificados e guiados pelo Espírito Santo.

Peçamos todos os dias: Sarça ardente do Divino Espírito, que habitas em mim, e que me tornastes santo pelo Batismo, ajuda-me a progredir no caminho da santidade e a produzir os frutos do Espírito. Então não precisarei dizer para ninguém: “sou santo!”. Essa declaração vai se tornar dispensável, pois, “pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (Mateus 7,16).

Padre Alir Sanagiotto, SCJ

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O desapego dos bens materiais

A grande lição que o episódio do jovem rico oferece é o desapego total que se deve ter dos bens materiais (Mc 10,17-30). Jesus diagnosticou perfeitamente o quanto aquele rapaz, que por sinal observava os mandamentos e desejava a salvação eterna, endeusava os bens que possuía. Tudo que Deus concede a cada um deve ser sempre um instrumento para se realizar uma missão nesta terra, ajudando o próximo.

A Igreja ensina que o supérfluo dos ricos pertence aos pobres, dado que esbanjar o que se tem, ignorando as necessidades alheias fere, de fato, a sensibilidade cristã. É de se notar que a previdência com relação ao futuro não fere a providência divina, nem a desambição evangélica, pois o Criador deu inteligência ao ser pensante para bem gerir os bens que venha, licitamente, possuir. O grande erro é a obsessão de se acumular riquezas, o que denotaria um materialismo gritante.

O que não se pode, além disto, é reduzir o cristianismo a um ascetismo radical, mesmo porque a doutrina de Cristo deve ser observada no seu conteúdo global. Quando Jesus proclamou bem-aventurados os pobres, Ele não estava afirmando que quem é pobre é feliz pela falta de dinheiro, ou da privação de alguns bens, ou da renúncia ocasionada pela situação financeira, mas é venturoso, isto sim, quem coloca sua confiança unicamente em Deus, e não em algo material. Ora, isto independe da posse de qualquer coisa.

A luta contra a pobreza, o combate pela justiça, o cuidado permanente da misericórdia devem ser compreendidos não como um fim em si mesmo, mas como um apelo à imitação do Pai celeste que é infinitamente misericordioso. Tanto que o preceito de Cristo foi este: “Dou-vos um mandamento novo: que assim como eu vos amei, vós também vos ameis uns aos outros” (Jo 13,34). Deste modo, o Espírito Santo está sempre indagando a cada um como está empregando os seus bens, jamais ignorando os mais pobres.

Com efeito, nunca o nosso pão é tão pequenino que não o possamos partir com o próximo. Há, porém, muitas maneiras de ajudar os outros, ou seja, não apenas colaborando com as entidades caritativas da Igreja com ofertas generosas, como ainda estando a serviço na execução competente das obrigações cotidianas.

Como se vive hoje num contexto de uma sociedade do bem-estar e do consumismo insensato, se abre um campo enorme para o desapego cristão o qual combate todos os gastos inúteis, para um auxílio oportuno a quem sofre. Segundo a doutrina de Cristo são pobres os pecadores, os enfermos, os indigentes, os estrangeiros. Ele reavivou naqueles que o seguem o esforço para eliminar a desgraça, a infelicidade, o sofrimento ou a indigência sob quaisquer formas através das quais se apresentem, e isto mediante a justiça social, o auxílio oportuno, o dom generoso e purificador.

O rico pode ser pobre vivendo a pobreza como dom do Espírito Santo, desinteressando-se pela riqueza entendida como capital acumulado, isto é, como exagero econômico, posse individual, poder pessoal, atitudes jactanciosas. Ser pobre no Espírito Santo proporciona a alegria de seguir Cristo com liberdade e daí a segurança, a certeza de que Deus enche sempre o vazio que se produz em alguém e em torno de alguém.

É isto que o moço rico, a que se referiu São Lucas, não entendia. A amplitude das inspirações e das colocações da espiritualidade cristãs atinentes ao espírito de pobreza é sem limites. Um aspecto importante é não colocar o foco na quantidade do ter, mas, sim, na qualidade do ser. Quantas pessoas, com efeito, vivem felizes com o pouco que possuem e, um sem número, passa a vida no meio das torturas do tédio, na solidão, na depressão, mesmo possuindo muita riqueza.

O tema em tela deve sempre ser considerado no horizonte da fé e esta leva à liberdade interior, à paz íntima que valem mais do que todos os bens terrenos. É unicamente a confiança em Deus, a fé em Cristo ressuscitado que jogam por terra critérios mundanos de avaliação e leva à verdadeira pobreza de espírito.

O QUE É A LITURGIA?

Por Silvio L. Medeiros

A palavra liturgia provém do grego clássico “leitourghia” e deriva da composição de laós (povo) e de ergon (obra). Quer dizer a união de um povo, expressão de comunidade, que se reune para viver de forma profunda e solene uma obra de adoração completa ao seu Deus publicamente e expressivamente. É na sagrada liturgia e através dela que vivenciamos da maneira mais elevada a nossa fé a Deus, verticalmente, e o nosso amor e comunhão com o irmão que também vem para louvar e agradecer ao mesmo Deus, horizontalmente. A Liturgia Católica é dessa forma a oração mais sagrada da Igreja porque resulta da união de uma comunidade que unida busca contemplar e encontrar o insondável mistério do amor de Deus pela humanidade, com sinais, símbolos e gestos. Como diz Frei Patrício Sciadini, a liturgia é o momento aonde "sentimento, fé e arte se mesclam com a sabedoria da mente e do coração, formando o mundo espiritual dos gestos e do sagrado".

Para apreciarmos uma obra de arte precisamos ter alguns conhecimentos básicos para não "coçarmos a cabeça" diante dela. Conhecer o mínimo sobre aquela escola artística, sobre o autor e sobre as suas intenções é pré-requisito para compreender a mensagem contida em cada peça artística, isso porque o ser humano só consegue aprecisar e contemplar aquilo que conhece e entende. Infelizmente muitos de nós católicos passamos anos e anos participando da missa dominical sem entender o sentido da liturgia e acabamos nos limitando a imitar o que o outro faz, esvaziando assim toda a profundidade e toda a vida da sagrada missa. Não é a toa que muitos fiéis também "coçam a cabeça" diante dos símbolos, dos gestos e sinais presentes na liturgia justamente porque não conhecem o que tudo aquilo diz. Essas mesmas pessoas acabam a ler por ler, a se portar de forma maquinal e a celebrar para cumprir a obrigação. Mas aqueles que buscam compreender plenamente o sentido da liturgia recebem os frutos do Espírito Santo, inspirador da liturgia, e conseguem dia após dia através da participação viva da missa uma espiritualidade cada vez mais elevada e um fortalecimento de todas as virtudes cristãs.

Não é a toa que o Concílio Vaticano II chama a sagrada liturgia de o "cume para qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda a sua força". Mediante esses sinais sensíveis presentes na sagrada liturgia chegamos a contemplar com toda a riqueza e plenitude os mistérios do amor de Deus pela nossa humanidade. Vamos então procurar compreender tudo o que essa mesma liturgia nos oferece para chegarmos com maior rapidez e eficácia espiritual a esse cume, a essas alturas sagradas para onde nosso coração e nossa alma buscam sem cessar: a própria essência de Deus.


“ Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda terra.”(S. Bernardo).

sábado, 24 de outubro de 2009

Frases 1

"Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei!"
( Pablo Picasso )
 
"Todos os artistas têm em comum a experiência da distância insondável que existe entre a obra de suas mãos, por conseguida que seja, e a perfeição fulgurante da beleza percebida no fervor do momento criativo: o que conseguem expressar no que pintam, esculpem ou criam é só um tênue reflexo do esplendor que durante uns instantes brilhou ante os olhos de seu espírito."

( Papa João Paulo II )

"A busca de Deus é a busca da alegria. O encontro com Deus é a própria alegria."

( Santo Agostinho )

"Aquele que conhece os outros é sábio, aquele que conhece a si próprio é iluminado."

( Lao-Tsé )

"As pessoas geralmente brigam porque não conseguem argumentar."

( G. K. Chesterton )

"Que eu seja um comediante - mas um comediante que pensa"

( Charles Chaplin )

"O comediante, representando, antes diverte que ilude seu público."

( Santo Agostinho )

"Um otimista lhe falará que o copo está meio-cheio; o pessimista, meio-vazio; e o engenheiro lhe falará o copo é duas vezes o tamanho que precisa ser."

( Autor Desconhecido )

"Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta."
( Autor Desconhecido )

"Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você. "

( Barão de Itararé )

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Um desafio para os corajosos

Um pouco diferente dos textos e vídeos até então publicados, venho trazer algo que requer que você queira aprender: o pensar, o refletir na realidade humana. Na sua realidade subjetiva.

Para isso a maior das ferramentas é a filosofia deixada a nós como instrumento de pensamento e aprendizado. Por ela vasculhamos o intimo do ser humano e sua subjetividade. É dado um inicio de auto conhecimento necessário para todas as fases da sua vida. Necessária para que sejemos santos como somos chamados a ser.

Assista a esse vídeo com um olhar espiritual também, e retire os ensinamentos necessários para o seu crescimento. O Desafio é abrirmos nossa mente e coração, e através dos comentários apresentarmos uma realidade nossa relacionada ao vídeo. Deus te ama como você é, mas não te deixa como estás.



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Misericórdia - Amar a Deus no irmão.

Hoje Deus me deu a linda oportunidade de viver este tema hoje, e por isso gostaria de partilhar isso com vocês.

Em plena tarde deste dia, sem nenhum aviso Deus me colocou dentro do hospital público diante da seguinte realidade. Uma prima de 2° ou 3° grau com o seu namorado, em segunda união, com dívidas enormes, tendo de entregar a casa alugada onde moravam e ele, o namorado, internado com uma artéria principal do coração entupida.

O desespero, discussões e "cegueira" era o clima que se vivia naquele momento. O hospital alegando que não havia lugar para interná-lo dava inicio a transferência para outro hospital, e enquanto esperávamos a ambulância ouvi aquele homem que tanto tenha no peito para desabafar. Mesmo sem conhecê-lo direito, pois não Tem seis meses de relacionamento deles, ouvi-o como gostaria que me ouvissem naquele momento.

Depois de tanto desabafo o que ficou foi um choro angustiado e desesperado. Pensei então o que Deus queria de mim naquela situação. Será que era só ouvi-lo como um ouvido do Senhor? Não! Deus queria mais de mim, e o Espírito Santo me impulsionou a orar pela vida dele, seus sentimentos e seus medos. Ao fim da oração a ambulância chegou e precisei me retirar, porém aquele homem já não estava desorientado como quando entrei e seus olhos já brilhavam uma ponta de esperança. Para a glória e louvor do nome do Senhor.

Busquei ter outras atitudes de amor por eles na medida que eu tinha pra oferecer, e gostaria de ter feito mais. Farei! Orarei incessantemente para que muito mais que a cura ou solução financeira ele possam receber a graça, o dom, de confiar plenamente no Senhor experimentando sua Misericórdia. Tais acontecimentos me revelaram como é concreto e belo amar a Deus nos mais necessitados que Ele confia a teus cuidados. Obrigado Jesus!

Assista a esse vídeo que nos fala abertamente de um "amor doação", e tenho certeza que o Senhor também falará ao teu coração.

Amar a Deus no Irmão

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Perdão - Um ato de amor

I Carta de São João, 2


"10. Quem ama seu irmão permanece na luz e não se expõe a tropeçar.
 11. Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, sem saber para onde dirige os passos; as trevas cegaram seus olhos.
 12. Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo Seu nome.”


Hoje ao ler a primeira carta de João mais uma vez, tive um novo entendimento. Graças ao Espírito Santo e a Palavra que sendo viva nos toca como necessitamos em tal momento. Percebi que um tema antigo se tornou novo ao ler esses versículos citados a cima. O perdão precisava ser relembrado aos nossos corações, que com o tempo foi acumulando tristezas, mágoas, decepções que nos feriram profundamente.


Alguns devem pensar, não agüento mais ouvir sobre perdão, ou, é muito fácil pra "eles" falarem disso sem passar o que eu passo. É claro que para cada um o sofrimento se revela de uma forma, mas fatos são imutáveis como a Palavra de Deus, e Deus amado sabe exatamente o que você passa e o que precisa neste momento.


A palavra nos diz sobre o amor e o ódio entre "irmãos", o que é bem interessante, pois o que separa um do outro é exatamente o perdão. Para começarmos a entender melhor esse processo precisamos entender melhor essas três palavras.


• O amor citado na passagem é o amor Ágape (tema de um próximo texto) que não é um amor de sentimento como muitas vezes dizemos a um cônjuge, familiar ou amigo, mas um amor em atos de caridade.


• O ódio por sua vez é ao contrario. É um sentimento de rancor, decepção e tristeza, alimentado pelo ruminar de tais situações.


• O perdão já é uma expressão do Amor Ágape que age de forma concreta e não emocional, perdoando com atos e não esquecendo fatos.


O dom de perdoar vem juntamente com a graça da Misericórdia Divina. Quando experimentamos a graça da misericórdia de Deus em nossa vida percebemos o qual pequenos somos, e ao enxergar nossa pequenez, vemos a fragilidade e a limitação do irmão. Se eu posso errar, por que ele não pode? Compreendemos que as decepções são geradas por expectativas que colocamos nos outros e às vezes em nós mesmos. Por isso devemos sempre clamar e dar oportunidade para experimentarmos a misericórdia de Deus.


Perdoar é decisão. Decisão de não imputar mais sobre alguém determinada culpa, de não remoer acontecimentos às vezes tão longínquos que nem lembramos por que eles existem, de tratar as pessoas com o amor fraterno mesmo quando meus sentimentos ainda sejam contrários, pois atos mudam sentimentos tanto quanto o inverso. E não é hipocrisia você optar por controlar sua vida e sentimentos, escolher amar, pois foi exatamente para isso que você foi criado. É hipocrisia não fugir de ser o que Deus te sonhou? Então quero ser o maior dos hipócritas!


Não perdoar faz pior a você que ao outro. A Palavra afirma que quem odeia seu irmão anda nas trevas e sem ver por onde vai. Amado os sentimentos de mágoa que temos acumulado com a vida de tantas formas em nossos corações tem nos cegado e nos tirado o rumo a que levávamos. Estamos cegos para o amor, cegos para entender que somos tão frágeis quanto os demais, cegos ver que só pela Misericórdia de Deus somos perdoados, e já o fomos: "12. Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo Seu nome”.


Queira você também perdoar. Libere perdão hoje na sua vida. Perdoe a todos que tem guardado mágoas, rancor, decepção. Perdoe a si mesmo, pois você também erra e precisa errar para aprender com seus erros que você tambem é dependente de Graça de Deus. Perdoe a Deus por não fazer suas vontades, mas O agradeça por lhe conceder o que você necessita. Perdoe seus pais por não estarem presentes quando precisou, ou por não demonstrarem o amor que esperava.


Coloque tudo diante de Deus e permita que Ele derrame sobre seu coração Sua misericórdia, permita que Ele te ajude a perdoar da forma que somente o Espírito Santo pode agir em nossos peitos. Não tenha medo de se abrir, pois Deus que te ama não lhe tira nada, mas lhe dá tudo!


Se quiser como ajuda acompanhe esse vídeo de oração e deixe o Espírito Santo agir!
Vídeo - Oração de perdão
 







IGREJA E SIDA - A IMPORTÂNCIA DA VERDADE

Por LUCETTA SCARAFFIA

Fonte: L'Osservatore Romano, Ano XL, Número 13 (2009)


OBS: SIDA significa Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; (em inglês AIDS, que significa Acquired Immune Deficiency Syndrome).


Certamente a característica da missão de Bento XVI é a verda­de. É-o para tudo, inclusive para o problema da SIDA e dos preser­vativos, um tema preocupante que — poder-se-ia imaginar facilmente — foi abordado durante a sua viagem à África. No meio das polêmicas suscita­das pelas suas palavras, um dos mais prestigiosos jornais europeus, o britâ­nico «Daily Telegraph», teve a cora­gem de escrever que, sobre o tema dos preservativos, o Papa tem razão. «Certamente a SIDA — lê-se no artigo — apresenta o tema da fragilidade hu­mana e sob este ponto de vista todos devemos interrogar-nos sobre o modo de aliviar os sofrimentos. Mas o Papa é chamado a falar sobre a verdade do homem. É a sua função: ai dele se não o fizesse».

O problema da SIDA apresentou-se imediatamente, desde quando a doen­ça se manifestou nos Estados Unidos nos primeiros anos 80, não só sob o ponto de vista médico, mas também cultural: a explosão da epidemia sur­preendeu uma sociedade que acredita­va ter derrotado todas as doenças in­fecciosas, e desde o início tocou um âmbito, o das relações sexuais, que há pouco tinha sido «libertado» pela re­volução sexual. Com uma doença que punha em discussão o «progresso» al­cançado e que se difundia rapidamen­te graças também à onda de cosmopo­litismo que se estava a realizar com os novos e velozes meios de transportes.

Ficou imediatamente claro que tal patologia era fruto de uma moderni­dade avançada e de uma profunda transformação dos costumes, e que tal­vez a luta para a prevenir tivesse que considerar também estes aspectos. Ao contrário, no mundo ocidental, as campanhas de prevenção foram basea­das exclusivamente no uso dos preser­vativos, dando por certa a obrigação de não exercer alguma interferência nos comportamentos das pessoas. O «progresso» não deveria ser colocado em discussão; nem na África, onde era evidente — e onde até agora é eviden­te, se os dados da Organização Mundial da Saúde sobre a difusão da SIDA fossem lidos com honestidade — que apenas a distribuição de preservativos não pode conter a epidemia.

Na África, o preservativo não é usa­do de maneira «perfeita» — o único que garante 96% de defesa contra a infecção — mas de modo «típico», isto é, com uma utilização não continuada nem apropriada, que oferece 87% de defesa, e além disso dá uma segurança que pode ser perigosa no relaciona­mento com os outros: como se sabe, a SIDA não é transmitida só através da relação sexual, mas também por via hemática, portanto basta um arranhão, um pouco de sangue, para abrir a pos­sibilidade de contágio. Também é pre­ciso lembrar, como está escrito nas cai­xas dos preservativos nas instruções pormenorizadas sobre o seu uso, que se podem danificar facilmente com o ca­lor — são de látex! — e se forem tocados com mãos ásperas, como as de quem faz trabalhos pesados. Mas as indús­trias farmacêuticas, tão exatas ao assi­nalar estes perigos, depois são as mes­mas que apoiam a lenda segundo a qual a difusão dos preservativos pode salvar a população africana da epide­mia: e pode-se facilmente imaginar que cada idéia para difundir o seu uso é recebida com verdadeiro júbilo pelos seus departamentos comerciais.

O único país da África que obteve bons resultados na luta contra a epide­mia foi Uganda, com o método ABC, no qual A significa abstinência (absti­nence), B fidelidade (being faithful) e C preservativo (condom), um método decerto não totalmente em conformidade com as indicações da Igreja. Até a re­vista «Science» reconheceu em 2004 que a parte de bom êxito do programa foi a mudança de comportamento se­xual, com uma redução de 60% das pessoas que declaravam ter tido várias relações sexuais, e o aumento da per­centagem dos jovens de 15 a 18 anos que se abstiveram do sexo, e escreveu: «Estes dados sugerem que a redução do número de parceiros sexuais e a abs­tinência entre os jovens não casados, ao contrário do uso do preservativo, foram factores relevantes na redução da incidência do HIV».

Muitos países ocidentais não querem reconhecer a verdade das palavras pro­nunciadas por Bento XVI, quer por motivos econômicos — os preservativos custam, enquanto a abstinência e a fi­delidade são obviamente gratuitos — quer porque temem que dar razão à Igreja sobre um ponto central do com­portamento sexual possa significar um passo atrás na fruição do sexo pura­mente hedonista e recreativo, que é considerada uma importante conquista da nossa época. O preservativo é exal­tado além das suas efetivas capacida­des de deter a SIDA porque permite à modernidade continuar a crer em si mesma e nos seus princípios, e porque parece restabelecer o controle da situa­ção sem nada mudar. É precisamente porque tocam este ponto nevrálgico, esta mentira ideológica, que as pala­vras do Papa foram tão criticadas. Mas Bento XVI, que o sabia muito bem, permaneceu fiel à sua missão, a de dizer a verdade.

É com a verdade que a Igreja vive e liberta aqueles aque ela escuta.

A Paz de Senhor e o amor de Maria esteja contigo!